Tuesday, March 30, 2010

Um Som Que Vicia

A banda Chicas é uma das mais felizes novidades da música popular brasileira dos últimos anos. Formada em 2006 por Isadora Medella, Amora Pêra, Fernanda Gonzaga e Paula Leal, já abarcou importantes prêmios no cenário musical do país, como o Prêmio Tim da Música, em 2007, e esteve, durante várias semanas consecutivas, entre as canções mais tocadas das rádios FM do Brasil. Também integram a banda Ajurinan Zwarg (bateria), Pedro Moraes (baixo), Carlos Bernardo (violão e guitarra), Renata Neves (violino) e Hudson Lima (cello).
O primeiro trabalho, intitulado “Quem vai comprar nosso barulho”, foi lançado de forma independente, mas graças ao crescimento do hábito de compartilhamento de arquivos online, as canções logo foram parar na rede, o que fez com que a banda conquistasse fãs em diversas partes do país.



O grupo feminino possui composições próprias, como "Você" e "Tia Chica", mas também gravou músicas como "Paciência", de Lenine, "Felicidade e Namorar", de Gonzaguinha, "Alô Liberdade", de Chico Buarque e "Volte para o seu Lar", de Arnaldo Antunes.
Agora as quatro amigas (aliás, Amora e Fernanda são irmãs e filhas do mestre Gonzaguinha) trabalham na divulgação do novo trabalho, “Em tempo de crise nasceu a canção”, CD e DVD. O nome foi pensado em virtude da crise financeira e fonográfica que assolou o país no ano passado e dificultou a produção cultural, mas não impediu a criação das artistas. E que criação!
O novo disco das meninas é daqueles em que não é preciso pular de faixa, sabe? O álbum é bom por completo, da primeira à última música. Canções como “Divino Maravilhoso” de Gil e Caetano, e “Moleque”, de Gonzaguinha, merecem atenção especial. Destaque também para a regravação da música “Me Deixa”, de Marcelo Yuka, do Rappa. As meninas deram uma roupagem bem interessante à canção, em combinação perfeita de vozes e novos arranjos. E é claro, a versão de “Rap do Silva”, de Bob Rum. Muito bom! Recomendo!


*Texto publicação na coluna Mirante do jornal VALE DO AÇO no dia 28/03/2010.

Saturday, March 20, 2010

Miscelânea Musical

Provavelmente, alguns poucos leitores já devem ter ouvido falar na banda indicada desta semana. Apesar de ser mineira e já ter conquistado certa notoriedade na capital, além de ter dois discos lançados e disponibilizados integralmente na internet, “Graveola e o Lixo Polifônico” ainda não entrou em turnê nacional. O grupo apresenta-se em festivais alternativos no interior do Estado, como Ouro Preto, Milho Verde, Sabará e Diamantina. Deixa admiradores por onde passa, e estes acabam tornando-se multiplicadores da afinidade musical alternativa descoberta por um grupo de amigos em 2004.



O recém-lançado álbum “Um e meio” reafirma a criatividade do primeiro trabalho. Canções que falam de amor, de amores, de amados e de amigos. Músicas para se divertir e se emocionar. Tem de tudo: forró, xote, samba, bossa e rock. Para falar bem a verdade, nem sei se é possível estabelecer uma classificação de ritmos para o som do Graveola. É uma mistura de coisas boas de serem ouvidas. Das 14 faixas do álbum, destaque para “Coquetismo”, “Eu aqui por enquanto”, “Pero no mucho” e “Desencontro”. Aquelas em que dá vontade de ficar no “repeat” durante a noite toda, sabe? Delícia! “Graveola e o Lixo Polifônico” é formado por Flora Lopes, João Paulo Prazeres, José Luis Braga, Luiz Gabriel Lopes, Marcelo de Podestá e Yuri Vellasco.

Interessante destacar também os instrumentos utilizados pela banda. Experimentam novos sons em objetos inusitados, como brinquedos infantis e utensílios domésticos. Uma mistureba que, no final, acaba dando muito certo. Quem quiser conhecer o trabalho da banda e fazer o download dos álbuns, basta acessar o site www.graveola.com.br. Recomendo!

“Vim trazer meu carnaval de lá / onde não existe alguém que saiba sambar / encarnar carnavalizar um som / pois eu sei que tenho o dom de me iludir / e eu vou correndo louco / nesse gingado frouxo / quem sabe amanhã, ver o céu à tardinha / e eu vou cantando rouco / nesse compasso torto / quem sabe amanhã, ver o céu, atar” (Graveola e o Lixo Polifônico – Samba de outro lugar)


*Texto publicado na coluna Mirante do jornal VALE DO AÇO em 07/03/2010