Friday, January 11, 2013

Só deixo meu coração na mão de quem ama solto...

Acho que existe algo nesse mundo que nos coloca em sintonia direta com o outro. Algo que envolve pessoas, que conecta almas em comum, que aproxima gente, interliga vibrações. A essa coisa sem nome, esse sentimento gostoso que faz com que queiramos alguém por perto, bem perto, dou o nome de “amor”. Mais que qualquer relação familiar, de amizade, de casal. Mais que qualquer prazer pessoal, carnal, fatal. Mais que desejo, mais que atração. É o que nos liga às pessoas de forma pura, desinteressada, despretensiosa. É o tal sentimento sem explicação que faz com que a gente, mesmo tendo acabado de trocar meia dúzia de palavras com a outra, diga em pensamento: “nossa, meu santo bateu com o dela”. Ou então quando temos a sensação de já conhecer alguém de algum outro lugar ou algum outro tempo. E se comentamos, nos dizem: “devem ter se conhecido em vidas passadas”. Óbvio que essas frases são força de expressão ou do hábito. Não acredito em santo, muito menos em milagres. Tampouco acho que outras vidas servem de subsídio para que compreendamos o que se passa aqui, nessa esfera, nesse lugar, nesse momento. Por muito tempo tentei buscar respostas para alguns questionamentos de vida. Queria a todo custo entender o motivo pelo qual certas situações e pessoas eram colocadas em meu caminho. Minha vida era uma completa reunião de “comos” e “porquês”. Buscava exatidão no viver. Queria que tudo fosse tão preciso e lógico que, por vezes, deixava o coração parar de sentir o espontâneo, o casual. A busca por explicações me impedia de sentir o arrepio no corpo, de dar o sorriso largo, o abraço sem razão e o beijo sem querer. Desisti de tentar entender. Agora sei, sinto e acredito que essa atmosfera que plaina sobre as pessoas que se gostam não é nada além de “amor”. Aquele livre, grande, espaçoso. Então agora e sempre, como na canção, “só deixo meu coração na mão de quem ama solto...”!